Campeão Mundial de jiu-jítsu celebra participação nos JUBs pela primeira vez

Um acidente em 2019 deixou João Pedro Machini gravemente ferido enquanto ele se deslocava de carro com o irmão para uma aula de natação em Dourados (MS). Após ser atingido por outro veículo ao transitar por uma rotatória, João Capivara, como é mais conhecido, sofreu diversas lesões. "Fiquei 13 dias internado na UTI e mais 22 em um quarto de enfermaria. Muitos acharam que eu tinha morrido", conta o rapaz, de 18 anos. Como parte do tratamento, o médico recomendou que ele, já adepto de esportes como o judô, fizesse jiu-jítsu. É aí que começa uma relação intensa de amor pela modalidade, além de uma história de superação e muitas vitórias. Essa mesma relação trouxe o atleta a Natal para participar, pela primeira vez, dos JUBs. 

Na capital potiguar, ele participou das competições na categoria peso superpesado (acima de 100,5kg) pela delegação do Mato Grosso do Sul. A prática do jiu-jitsu, que começou por indicação médica, já resultou em algumas dezenas de medalhas - muitas delas de ouro - e inúmeras participações em campeonatos. "Por causa do acidente, tive o pé dilacerado, fraturei a perna, a tíbia e o quadril, e sofri traumatismo craniano. Ouvi que não poderia mais andar, mas graças à fisioterapia e ao esporte, hoje não tenho nenhuma sequela. O jiu-jítsu foi recomendado por ser de menor impacto, e acabou sendo meu refúgio e minha força. Uma recuperação que deveria ser de dois anos, acabou sendo de apenas dois meses. A paixão pela modalidade continuou, então, ainda em 2019, comecei a competir", fala o atleta.

Somente naquele ano foram 13 disputas e um desempenho impecável, com 13 medalhas de ouro, tornando-o, portanto, invicto em todos os campeonatos (incluindo um Brasileiro e um Mundial) em que atuou. Em 2022, nos preparativos para uma nova participação em um Mundial, que ocorreria no Rio de Janeiro, nasceu o apelido pelo qual João é conhecido atualmente. "Eu estava sem patrocínio, buscando recursos e brinquei: vou para o Rio nem que seja montado em uma capivara. Alguns amigos publicaram a frase com uma imagem minha montado no animal que, aliás, é símbolo do MS, e viralizou na internet. No dia seguinte, eu já tinha patrocínio. Fiquei conhecido como João Capivara desde então", conta ele que leva o animal - de pelúcia -, claro, para todas as competições. "Acabou virando meu mascote", diz.

Neste ano, o atleta já abocanhou seis medalhas. E por falar em medalhas, elas são tantas que João sequer sabe quantas já ganhou ao todo. "Acho que são 20 de ouro, cinco de prata e cinco de bronze", estima. Firme e forte nas competições, o atleta celebra a chegada aos JUBs em 2025. "Estou muito feliz de poder representar minha instituição de ensino", revela ele que cursa Ciência de Dados na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). "Os JUBs têm superado todas as minhas expectativas. Estou amando o evento, que é o maior da América Latina. Pode ter certeza que estou fazendo o meu melhor. Sonhei muito em estar aqui e a CBDU está me ajudando a realizar esse sonho", sublinha ao falar que pretende deixar um legado às futuras gerações. "Quero que as crianças digam que começaram no jiu-jítsu por minha causa", afirma.

"Sou um incentivador e entusiasta do esporte - muita gente usa o jiu-jítsu como tratamento. Incentivo também a educação. É isso que me faz feliz", completa o atleta, que cursa, ainda, Direito em uma instituição particular de ensino.

O JUBs Rio Grande do Norte é uma realização da Confederação Brasileira Do Desporto Universitário (CBDU), Governo do Rio Grande do Norte através da Subsecretaria Do Esporte e Lazer, Visite o Rio Grande do Norte e Federação Norteriograndense do Desporto Universitário (FNDU). 

Apoio: Prefeitura Municipal de Natal

Patrocínio: Icone Sports, Spalding, Joma, Kempa, uhlsport

Parceiros: Citrino, Tropical Brasil, Brisanet