Cheerleading no Brasil: Lara Magalhães, presidente da CBCD, visita CBDU em Brasília

Imagine que você está em um filme norte-americano, daqueles clássicos que se passam nas Universidades. Você está andando pelo colégio e há atletas e líderes de torcida, as cheerleaders, por todos os lados. É muito comum também que você veja dança, saltos e acrobacias. Imaginou?

Deixando de lado a parte ficcional dos filmes – que retratam essa situação como corriqueira e possível de acontecer até mesmo nos corredores das salas de aula –, já há alguns anos esse cenário não é mais exclusivo dos Estados Unidos. No Brasil, a modalidade teve início em 2006, quando o professor Wendel Dantas com auxílio da Chilena Tatiana Zapata iniciou os trabalhos de divulgação e, posteriormente, com o professor Rodrigo Gonçalves, que presidiu a União Brasileira de Cheerleaders (UBC) de sua fundação até 2017. Para além de animar a torcida, o cheerleading é hoje uma modalidade esportiva própria, com adeptos em todo mundo. Há a formação de equipes, treinamentos regulares e competições de alto nível.

Apresentação da equipe Sealand durante os 67º Jogos Universitários Brasileiros (JUBs). Foto: Saulo Cruz/Light Press/CBDU

Lara Magalhães, brasileira natural de Sabinópolis – MG, e atualmente presidente da Confederação Brasileira de Cheerleading e Dança (CBCD), é a prova de que a modalidade está em expansão. Ainda criança se mudou com seus pais para os Estados Unidos e, lá, conheceu o cheerleading. Quando estava no último ano do High School (equivalente ao Ensino Médio no Brasil), foi escolhida como uma das capitãs do time que integrava e, desde então, não parou mais. Seu feito mais recente foi a conquista do título de primeira finalista brasileira da história do New England Patriots, através de um concurso que escolhe as novas cheerleaders do time de futebol americano de Massachusetts.

No meio de sua jornada como cheerleader, Lara quis reverter suas vivencias nos EUA para o Brasil. Em 2011 a mineira voltou para o Brasil, deu início a um projeto social em sua cidade natal que tinha o cheerleading como base, se mudou para Belo Horizonte e fundou a primeira associação brasileira da modalidade; a Associação Mineira de Cheerleading Eagles (AMCE). Após alguns anos de trabalho e de diálogo com Federações Estaduais de Cheerleading, a AMCE deu lugar a CBCD, que hoje tem o direito de liderar e organizar a prática esportiva da modalidade no Brasil e o objetivo de promover e aumentar a prática do cheerleading no Brasil.

“A minha maior motivação para poder criar a Confederação, saiu justamente de poder impactar e fazer a diferença na vida das pessoas. O cheerleading é uma modalidade que mudou a minha vida, e o meu objetivo com a Confederação é fazer com que as pessoas possam praticar, que as pessoas tenham uma estrutura para isso […] para que o cheerleading e a dança tenham um espaço maior dentro não só das universidades, mas também de todo o espaço esportivo no Brasil”, afirma Lara.

A presidente da CBCD explica que o cenário do cheerleading no Brasil é positivo e está em crescimento: “Cada dia que passa a gente vê um aumento muito grande da modalidade como um todo, porque é uma modalidade que é muito inclusiva”. Lara ainda reforça que o cheerleading tem ligação direta com o ambiente universitário, pois além de ser um esporte competitivo, também funciona como animação de torcida e se relaciona com as atléticas – presentes em tantas Instituições de Ensino Superior pelo país.

Diante disso, e da visita de Lara a sede da CBDU em Brasília, as perspectivas são animadoras. “Eu vejo que a CBDU é uma instituição muito séria e que tem a mesma missão que a gente; vocês estão trabalhando no esporte universitário, e nós estamos especificamente no cheerleading e na dança. E eu tenho certeza que nossa parceria já deu muito certo, porque, assim como nós, o objetivo é o mesmo”, finaliza Lara.

CHEERLEADING NO JUBs
O cheerleading se juntou as modalidades dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) pela primeira vez em 2019, na 67º edição da competição, que aconteceu em Salvador – BA. “A CBDU vem, todos os anos, tentando aproximar mais o esporte universitário do seu público – os jovens -, com o aumento do movimento do esporte universitário no âmbito das atléticas, modalidades como cheerleading, skate, eSports e até mesmo as baterias, vêm ganhando força para compor nosso programa”, explica Luciano Cabral, presidente da Confederação Brasileira do Desporto Universitário.

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