Liberdade e amor: Dia do Orgulho LGBTQIAP+

O esporte, enquanto prática social cotidiana, é o cenário perfeito para que normas e tradições a respeito de comportamentos e estereótipos sejam expostos, e mais do que isso, reafirmados. Seja em relação a representações de gênero, política, cultura, religião e etc. No entanto, é também um espaço de expressão e manifesto, de luta contra a intolerância e todo tipo de discriminação. Por isso, nos juntamos na celebração do Dia do Orgulho LGBTQIAP+, comemorado no dia 28 de junho. Uma reinvindicação importante e necessária para que todas as vozes possam ser ouvidas e acolhidas, uma data para celebrar a liberdade de amar.

Nos últimos anos a sigla LGBT passou por diversas mudanças, e a incorporação de novas letras (até o que conhecemos hoje por LGBTQIAP+) tem como objetivo representar e incluir cada vez mais pessoas em um movimento que busca respeito e liberdade; a pessoas de diferentes orientações sexuais e identidades de gênero, além de promover o orgulho de ser você mesmo, de amar sem preconceitos. Mas o que todas essas letras significam?

L, G e B: lésbicas, gays e bissexuais

Quando falamos desses três grupos, estamos falamos de orientação sexual, ou seja, como a pessoa se relaciona. Heterossexuais são aqueles que sentem desejo/atração por pessoas de um gênero oposto ao seu, enquanto que homossexuais são aquelas que se relacionam afetivamente com o mesmo gênero que o seu. Lésbicas e gays indicam respectivamente mulheres que se relacionam com mulheres, e homens que se relacionam com homens. E bissexuais são pessoas que sentem desejo/atração por pessoas dos dois gêneros.

T: transgênero

Falar sobre pessoas transgênero é falar sobre identidade de gênero; como a pessoa se apresenta na sociedade. Culturalmente, fomos ensinados sobre identidade de gênero a partir de uma definição binária, pensando em pessoas cis gênero e pessoas transgênero. Pessoas cis são aquelas que se identificam com o seu sexo biológico, ou seja, seu gênero é o mesmo de seu nascimento. Já pessoas transgêneros são aquelas que nascem com determinado sexo, mas não se identificam ele.

A identidade de gênero trans é ligada ao psicológico, e não ao físico, uma vez que pode haver ou não uma mudança fisiológica para adequação. E mais: uma pessoa cis pode ser pode ser homo ou heterossexual, assim como a pessoa trans.

Q: queer

Cada vez mais abrangente, o termo é utilizado para designar todas as pessoas que não se encaixam na norma social de pessoas heterossexuais e cisgêneras (heterocisnormatividade). A palavra funciona como um “guarda-chuva” das várias possibilidades de gênero e sexualidade.

I: intersexual

Diz respeito a pessoas que têm características sexuais consideradas masculinas e femininas, ou seja, que nascem com variações nos caracteres sexuais (como cromossomos, gônadas e órgãos genitais).

A: assexual

Termo utilizado para indicar pessoas que não sentem atração sexual e/ou afetiva por nenhum dos gêneros.

P: pansexual

A última letra acrescentada na sigla LGBTQIAP+ diz respeito a pessoas que sentem atração sexual e/ou afetiva por outras pessoas independentemente do sexo, do gênero e de como se apresentam na sociedade.

Por que junho?

Durante os anos 60, a homossexualidade era crime e (pasmem!) até doença em alguns estados dos EUA. Nessa época, o bar Stonewall Inn, em Nova Iorque, era um dos bares gay mais famosos da cidade, ponto de encontro da comunidade LGBTQIAP+. Entre seus frequentadores estavam: jovens da periferia, moradores de rua e drag queens.

O local não tinha autorização para a venda de bebida alcoólica e não respeitava uma série de outras normas, como por exemplo ter saída de emergência. Por conta disso, a redondeza era alvo constante de fiscalização policial. O bar, no entanto, se safava graças ao envolvimento de seus donos com a máfia, que pagavam propina para que ele funcionasse.

Porém, na noite de 28 de junho de 1969, em uma dessas rondas, o bar foi invadido pela polícia, que agiu de forma truculenta com os frequentadores, inclusive detendo alguns deles. A comunidade resistiu ao preconceito e se rebelou. O incidente no bar foi o estopim de uma série de opressões, e no dia seguinte e durante toda uma semana, houve fortes protestos em frente ao local. O movimento ficou conhecido como a Rebelião de Stonewall; por isso o mês de junho é palco dessa causa.

Muitos anos depois, em 2015, a prefeitura de Nova Iorque estabeleceu o bar como um monumento histórico da cidade. Um ano depois, o ex-presidente Barack Obama decretou que o bar seria o primeiro monumento nacional aos direitos da comunidade LGBTQIAP+.

Desejamos que possamos construir cada vez mais uma sociedade justa, livre de preconceitos, e aberta ao amor, em todas as suas formas.

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