Começamos hoje mais uma série especial em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, com o objetivo de retratar a jornada feminina dentro do ambiente esportivo, e mostrar a evolução da participação das mulheres nesses espaços. A série Mulheres no Esporte, conta desde os primórdios dos Jogos Olímpicos, até o pioneirismo feminino brasileiro, a participação feminina universitária e, por fim, discute possíveis caminhos para aumentar a participação de mulheres no esporte.
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A primeira edição dos Jogos Olímpicos de Verão da Era Moderna aconteceu em Atenas, na Grécia, em 1896. Na ocasião, a competição contou com a participação de 241 atletas de 14 nacionalidades diferentes – e nenhuma mulher. O evento foi realizado graças a Pierre de Frédy, que idealizou o retorno dos Jogos já existentes na Grécia Antiga. Porém, Barão de Coubertin – como era conhecido o francês –, optou por manter a tradição dos Jogos Olímpicos da Antiguidade e vetou as mulheres das quadras, campos e arenas esportivas. Segundo ele, “uma mulher nos Jogos Olímpicos seria algo impraticável, desinteressante, ruim para a estética, e incorreto. Os Jogos devem ser reservados aos homens; o papel da mulher dever ser coroar os campeões”.
Sem permissão para participar oficialmente da competição, as mulheres deram um jeito de desafiar as regras impostas. Stamata Revithi – grega, mulher e mãe, não aceitou a proibição e apareceu em meio aos atletas para correr a maratona, no entanto, acabou impedida de participar. No dia seguinte, ela resolver fazer sua própria prova: conseguiu assinaturas de muitas pessoas para comprovar sua largada às 8h30, e cerca de 5h30 depois chegou ao estádio Panathina, linha de chegada oficial da maratona. Novamente Stamata reuniu testemunhas para assegurar seu feito, mas mesmo assim, não há nenhum registro oficial sobre o caso – talvez em uma tentativa de apagar a sua conquista.
Apenas na edição seguinte dos Jogos, em 1900, que aconteceu em Paris, na França, é que as mulheres puderam participar da competição – mas ainda de forma extra oficial e em apenas duas modalidades: golfe e tênis. Ambos os esportes foram escolhidos por serem “belos e não possuir contato físico”; ao todo 22 mulheres participaram, de um total de 997 atletas. Ainda nessa edição, a tenista inglesa Charlotte Cooper se tornou a primeira campeã olímpica da história. Porém, não ganhou nenhuma medalha ou condecoração, pois assim como as demais mulheres competidoras, não era considerada atleta, apenas uma participante.
Apesar das pequenas conquistas alcançadas desde a primeira aparição feminina em Jogos Olímpicos, foi somente em Londres 2012 que as mulheres competiram em todas as modalidades do programa esportivo – com a inclusão de competições femininas de boxe e luta. Outro fato inédito da edição, foi o envio de atletas (mulheres) por todas as delegações. Hoje, mais de um século depois da primeira aparição das mulheres nos Jogos Olímpicos, o número de atletas femininas finalmente está próximo ao de homens. A expectativa é que em Tóquio 2020, haja 48,8% de mulheres, contra 34% na edição de Atlanta em 1996.
Infográfico sobre a jornada olímpica em direção a igualdade de gênero. Fonte: COI.
Por fim, em mais um movimento na busca pela igualdade entre homens e mulheres dentro do esporte, espera-se na edição de 2024, em Paris, obter a equidade de gênero em Jogos Olímpicos – 124 anos depois da primeira participação feminina; no mesmo local. Coincidência?
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