Mulher, negra, e nascida na favela, Aída dos Santos quebrou paradigmas sociais, de gênero e cor relacionados ao esporte – foi a primeira mulher brasileira a participar de uma final olímpica, e única mulher da delegação do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 1964. Na ocasião, mesmo sem apoio técnico ou uniforme (que precisou ser adaptado do traje de um outro evento), alcançou o lendário quarto lugar da competição; melhor resultado individual de uma atleta brasileira em Jogos Olímpicos durante 32 anos.
Ela competiu sem uniforme, sem sapatilhas, sem técnico, e com um dos pés lesionados, mas, com determinação e força para conseguir bater o recorde nacional na final. O descaso, fruto de uma sociedade que na época via mulheres no esporte com maus olhos, começou antes mesmo da competição, quando Aída e outra atleta negra foram obrigadas a passar por 5 eliminatórias, mesmo já tendo atingido o índice olímpico da época.
Nascida em 1937, ela foi campeã estadual, brasileira, sul-americana e pan-americana de salto em altura e, quatro anos após Tóquio 1964,