BRASILEIRA CURSA “GRADUAÇÃO EM TAEKWONDO” NA COREIA DO SUL PARA SER TREINADORA

Brasileira cursa “graduação em taekwondo” na Coreia do Sul para ser treinadora

Chyenne Saringer Haddad competiu na Universíade com a categoria poomsae do taekwondo

Por Vinícius Lisboa

Chyenne Saringer Haddad participou da categora poomsae. Foto: Arquivo pessoal

A Universíade de Taipei exigiu que todos os atletas brasileiros cruzassem o mundo para disputar medalhas em seus esportes. A única exceção foi Chyenne Saringer Haddad, que mora na Coreia do Sul, onde cursa uma graduação específica de taekwondo na Gachon University.

A aluna atleta de 19 anos estuda técnicas, história, regras e tudo mais relacionado à luta coreana há dois anos. Ela está na Universíade para as competições de poomsae – em que movimentos de autodefesa são demonstrados sem que haja combate. O objetivo da especialização não é apenas torná-la uma atleta melhor, mas formá-la como técnica, que é o seu maior objetivo.

“Quando voltar para o Brasil, pretendo abrir um centro de treinamento voltado para poomsae. Eu sinto que, futuramente, com toda a especialização que eu estou adquirindo, vou conseguir trazer bons resultados para o Brasil, como técnica.”

Chyenne cursava educação física, em São Paulo, quando surgiu a oportunidade de viajar para o exterior. Ela tinha apenas 17 anos e contou com o apoio dos pais, que também são atletas.

“Sabia que era uma loucura, mas minha mãe me apoiou”, lembra a jovem, recordando também que o pai chegou a hesitar, mas reconheceu a importância dessa chance para sua carreira. “Meu pai viu que, se eu não aproveitasse essa oportunidade, eu não teria outra nunca mais.”

A bolsa surgiu por meio de indicação da Confederação Brasileira de Taekwondo, que buscava uma atleta que também fosse boa aluna e soubesse um segundo idioma. Ao chegar na Coreia, no entanto, ela teve que aprender a língua local, porque poucas pessoas falavam inglês. Foram oito horas diárias de aulas durante um ano, além das disciplinas que a grade curricular já incluía.

“Lá a cultura é totalmente diferente da nossa. O brasileiro é mais liberal, amável, festeiro. Lá é totalmente rígido, tem muita cobrança para cima de você, e a língua foi um grande obstáculo no início.”

Nesse período de especialização, ela só voltou para casa uma vez e também conseguiu encontrar os pais na Olimpíada do Rio de Janeiro, quando trabalhou para a Federação Internacional de Taekwondo. A atleta é especialista em taekwondo. O poomsae ainda está em expansão no mundo e não está incluído no calendário olímpico. Na Universíade, Chyenne chegou à semifinal da modalidade.

Antes disso acontecer, ela colhe alguns frutos, como o dia em que foi convidada pela federação para apresentar seu esporte no Palácio das Nações, a sede da Organização das Nações Unidas em Genebra, na Suíça.

“Uma coisa que eu aprendi é que, se você tem um objetivo, você larga tudo e vai. Meu objetivo agora é ir para o Pan-Americano, que vai ter pela primeira vez a minha modalidade.”

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