ELA QUE COMANDA

Ela que comanda

Allana Glauco é quem controla os homens do basquete da UFRJ

Por Ana Luíza Vargas – Programa Jovens Jornalistas

Allana Glauco em ação junto ao time da UFRJ-RJ. Foto: Be Nice Films

E lá está o técnico com sua função de ficar no centro da roda na hora das instruções, gritando na beira da quadra, tentando de tudo para sair com a vitória. Mas ali mesmo, em meio a tantos homens, surge uma voz feminina, e ela vem de Allana Glauco, a treinadora da equipe da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Jogadora desde a infância e incentivada pelo seu pai, o também treinador Alan Glauco, a jovem de apenas 22 anos hoje é a responsável pela equipe de basquete masculino da universidade carioca. O compromisso de treinar uma equipe é grande, e se torna ainda maior no momento em que é necessário quebrar conceitos machistas existentes na sociedade brasileira e mundial. “Eu acho que existe uma série de coisas: uma delas é o fato de eu ser nova, ter quase a idade dos jogadores ou até menos, e outra é o fator de ser mulher, mas acho que enfrentamos isso com outras pessoas, pois sinto que dentro da própria faculdade não existe muito esse preconceito” disse ela.

Contando com um bom currículo enquanto jogadora, Allana vê como muito importante o projeto da universidade carioca, em que tudo gira em torno do estudante, desde os jogadores até mesmo ela, a técnica.

Campeã nos dois anos em que esteve no comando do grupo, sendo bi-campeões estaduais e 4ª colocação no JUBs 2016, ela comenta que as pessoas sempre imaginam que existam problemas devido ao fato de ela ser mulher e comandar um grupo de atletas do naipe masculino. Porém, os meninos a tratam de uma maneira muito legal.

“Muito pelo contrário do que pensam, todos me respeitam e são muito carinhosos, é um elo de amizade entre todos nós, e sou tratada da mesma maneira como se fosse um homem ou qualquer pessoa ali, sem nenhuma problematização por ser mulher”, contou a treinadora.

Agora, o que Allana deseja é que os meninos da UFRJ tenham êxito neste JUBs e em todos os campeonatos que virão, sendo mais importante, no final de tudo, a troca de experiências e mesmo de temperamentos. A junção entre o olhar masculino e o feminino é o que eles esperam e querem que seja a chave do sucesso.

A expectativa é que apareçam mais Allanas para quebrar essas barreiras que o machismo impõe na sociedade, e que a treinadora consiga trilhar um caminho de sucesso à frente do elenco.

UFRJ – O Jogo

O JUBs iniciou para a UFRJ com derrota para a UNINASSAU- PE, por 53 a 78. O time até tentou criar algumas jogadas, mas acabou errando muito e o fator físico foi essencial para a vitória dos pernambucanos, que possuem um time mais alto que os cariocas, conseguindo assim maior quantidade de rebotes ofensivos e defensivos. “Aqui no JUBs cada jogo é uma vida, é como digo ao grupo, temos três vidas nessa competição, e só podemos perder uma, e pra continuar vivo é necessário continuar com as outras duas”, afirmou a comandante.

As outras duas vidas restantes vão ser colocadas em quadra contra a UFPR-PR, no dia 25 de outubro, e a UNIP-SP, no dia 26. Todos os jogos da 1ª divisão do basquete masculino estão sendo realizado no Ginásio Rio Vermelho, em Goiânia.

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