Há 60 anos, Brasil sediava, pela primeira vez, os Jogos Mundiais Universitários

Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, recebeu a terceira edição do evento de 30 de agosto a 8 de setembro

Pela primeira vez na América do Sul, a capital gaúcha sediou uma competição que, até hoje, é considerado o maior evento esportivo que já passou pela cidade. Realizada de Federação Internacional de Esporte Universitário (FISU) através da Federação Universitária Gaúcha de Esportes (FUGE), Porto Alegre venceu Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, nas disputas pela sede do mundial.

Nos mesmos padrões dos jogos olímpicos, a cidade recebeu cerca de 700 atletas de 27 países, que disputaram em nove modalidades: atletismo, basquetebol, esgrima, ginástica artística, natação, polo aquático, saltos ornamentais, tênis e voleibol.

Entre alguns locais de competição, o Ginásio da Brigada Militar (ou Ginásio Universíade) foi construído especialmente para os jogos. Além dele, o Estádio Olímpico Monumental – de propriedade do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense – foi palco das provas do atletismo e da cerimônia de abertura, que teve o primeiro bicampeão olímpico do país no atletismo, Adhemar Ferreira da Silva, acendendo a pira olímpica.

Logo oficial da Universíade de Porto Alegre em 1963

A região em que a Vila dos Atletas foi estabelecida, hoje, é o bairro Intercap, zona residencial rodeada por uma praça que recebeu o nome de Praça Universíade. Uma curiosidade é que a delegação brasileira não ficou na vila, mas no Hotel Pampa, localizado na região central. O distanciamento entre brasileiros e estrangeiros se deu pelo contexto político da época, que temia o contato e a troca de experiências da juventude do país, a fim de evitar reações e posicionamentos contrários.

O Brasil foi campeão no voleibol feminino e, de maneira invicta, no basquete masculino – naquele período, a equipe era destaque no cenário nacional, tornando-se bicampeão mundial em 1959, no Chile, e em 1963, no Rio de Janeiro. O país terminou a competição em 8º lugar no quadro de medalhas, conquistando 11 no total, sendo dois ouro e nove bronze.

O presidente da CBDU, Luciano Cabral, comemora a data especial e destaca a importância que o evento teve para colocar o esporte universitário brasileiro no cenário internacional.

“Essa foi uma edição histórica. O Brasil recebeu e realizou com muita competência. Tivemos grandes conquistas esportivas e várias personalidades do nosso esporte participando. A CBDU tem muito orgulho disso e temos que celebrar bastante, além de agradecer o estado do Rio Grande do Sul, a capital Porto Alegre e a FUGE que, junto à CBDU, na época, tiveram um papel fundamental no comitê organizador. Poucos países no mundo foram sede dos jogos e isso nos enche de orgulho”.

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